A cidade de Fernandópolis viveu experiências na área cultural que marcaram a população. O responsável por essas ações foi o professor e ex-secretário municipal de Cultura, Rober Luís Caetano, o Robinho (foto), 44 anos, dirigente do PT escolhido pré-candidato para disputar as eleições 2012 na cidade.
Em entrevista concedida ao jornalista Djair Galvão Freire, Robinho avaliou a administração municipal, expôs as razões da sua pré-candidatura e teceu comentários sobre projetos que o PT deseja implantar no município, caso venha a ser escolhido para comandar os destinos de Fernandópolis a partir de 2013. Também falou acerca do modo como o governo tucano trata os municípios do interior - "deixando o ônus para as administrações municipais".
BLOG - Em que sentido sua experiência partidária e administrativa colaborou para a união do PT em torno do seu nome para ser o pré-candidato a prefeito de Fernandópolis?
ROBINHO - Fui Diretor da Cultura na Administração Municipal durante a gestão 2001-2004 em Fernandópolis, investindo prioritariamente na cultura popular, praticamente invertendo o que vinha sendo realizada durante várias gestões anteriores. Com isso, abrimos caminho para uma participação na Administração em outro município, em Guarani d’Oeste. Nestas duas Administrações do Partido dos Trabalhadores, ganhamos respaldo partidário e também popular, dado às inovações e amplos investimentos na área cultural que criamos. Em Fernandópolis também implantamos o Orçamento Participativo, uma iniciativa que levou o debate a todos os setores da cidade, fazendo com que a população ficasse muito mais próxima da Administração. Presidi o PT por 3 vezes, 1999-2001, e 2005-2007 e 2007-2010. Esses períodos na presidência partidária, juntamente com minhas passagens pelas Diretorias da Cultura em Fernandópolis e Guarani d’Oeste tornaram-se fundamentais para minha atual posição, como o indicado do PT à disputa eleitoral de outubro próximo.
BLOG - Como está a discussão em torno de alianças partidárias para 2012 na cidade?
ROBINHO - Desde as eleições vitoriosas da Presidenta Dilma, o PT começou a se articular e dialogar com diversas lideranças e segmentos que envolviam outras siglas partidárias, através de seguidas reuniões e encontros políticos. Com o destaque alcançado durante as eleições presidenciais – a primeira vencida por um candidato do PT à presidência em Fernandópolis – e também no curso das reuniões encontros, o partido ganhou força no município, que culminou, inclusive, num convite do atual prefeito para que nós participássemos da Administração. Foi nos oferecida a pasta do Esporte. Porém, como o prefeito é do DEM (Democratas), nós o comunicamos que haveria uma possibilidade para a nossa colaboração em seu mandato, desde que ele mudasse de partido, vindo para um dos nossos aliados na esfera federal. Como isso não ocorreu, recusamos o convite, pontuando, publicamente, o porquê de nossa recusa. Atualmente, nós figuramos como protagonistas nas discussões para uma efetiva formação de chapa majoritária, haja vista que já temos nosso pré-candidato, enquanto alguns partidos não conseguem definir sua situação interna. Gostaria, inclusive, de citar os partidos que caminham conosco em busca de uma proposta pluripartidária visando a disputa de outubro: PPS, PTB, PC do B, PRB, PSB, PTN, PR, PSD, PP, PSC.
BLOG - Fale sobre as principais carências de Fernandópolis
ROBINHO - Infra-estrutura para os bairros periféricos, pois ainda existem ruas sem pavimentação asfáltica, galerias, iluminação, etc. Infra-estrutura para os parques industriais da cidade, pois sem essa infra-estrutra cria-se uma enorme dificuldade para instalação de novas indústrias e consequente geração de empregos. Incentivo aos pequenos proprietários rurais, dando condições para que os mesmos ampliem suas produções, gerando mais emprego e renda.
BLOG - Qual projeto político e administrativo o PT tem a oferecer a Fernandópolis em caso de vitória nas urnas?
ROBINHO - Implantação do OP – Orçamento Participativo, democratizando a Administração, priorizando aquilo que a população decidir. Formação de um conselho político que abranja todas as lideranças da cidade que estejam comprometidas com o nosso projeto de governo, democrático, popular e inclusivo para proporcionar um desenvolvimento sustentável e que gere emprego, renda e inclusão social.
BLOG - Qual é a sua avaliação do governo do Estado para a região de Fernandópolis?
ROBINHO - O governo tucano não tem nenhum programa específico de geração de renda na área urbana, nem na área rural. Os recursos que o governo estadual investe em infra-estrutura na cidade e região são mínimos e aplicados sem critérios, deixando o ônus da má gestão por conta dos municípios, que já passam por dificuldades devido aos poucos recursos que estes dispõem.
BLOG - Como o município pode se beneficiar de parcerias com o governo federal?
ROBINHO - Estruturar as Secretarias de Desenvolvimento e de Planejamento, para que estas, sintonizadas, com os Ministérios possam desenvolver e elaborar projetos que venham ao encontro às demandas da cidade, e buscar recursos junto ao Governo Federal para executá-las.
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