Artigo
Por João Antonio
A presidenta Dilma nomeou a tão esperada Comissão da Verdade com o objetivo de apurar os crimes políticos praticados no período da ditadura militar.
Trata-se de assunto polêmico. Muitos daqueles que se beneficiaram das benesses do Estado neste período e outros que, por motivo ideológico, comparam as ações da esquerda às dos agentes públicos, ou ainda outro tanto que, equivocadamente, vê na retomada deste assunto uma ameaça à democracia, procura de todas as formas, desqualificar ou relativizar a importância desta comissão.
O centro da argumentação dos contrários é frágil: equiparam as ações daqueles que, em nome e com o aparato do Estado, combatiam a todos tachados de “subversivos” de forma indiscriminada com aqueles que combatiam com a força das ideias por liberdades democráticas.
Ora! Não é possível tal comparação. Não foram os democratas que deram origem ao autoritarismo do Estado brasileiro neste período! Não foram os jovens idealistas que soterraram o Estado de Direito no ano de 1964. Pelo contrário, foram uns poucos militares, apoiados pelos interesses americanos, que tomaram de assalto o aparato estatal para, em nome de uma tal “ameaça” comunista, parafraseando um general de plantão, “prender e arrebentar”.
A Comissão da Verdade veio tarde, mas antes tarde do que nunca. A democracia brasileira deve explicação deste período ao nosso povo. Esclarecer os crimes praticados por agentes públicos no período da ditadura é passar a limpo uma importante fase de nossa história! Parabéns, Dilma!
Nomes que compõem a Comissão da Verdade
Cláudio Lemos Fonteles, ex-procurador-geral da República; Gilson Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; e o jurista José Paulo Cavalcante Filho. Também fazem parte da comissão a psicanalista Maria Rita Kehl, o professor Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, que participa de missões internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive a que denunciou recentemente violações de direitos humanos na Síria, e a advogada Rosa Maria Cardoso Cunha – que defendeu a presidenta Dilma durante a ditadura militar.
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