segunda-feira, 10 de maio de 2010
O que vai em seu lugar?
Foi retomado o debate sobre a demolição do Minhocão. Para que os leitores que não moram em SP entendam, o Minhocão é um enorme viaduto de 3,4 quilômetros de extensão que faz a ligação Leste-Oeste da cidade de São Paulo. Este viaduto é, comprovadamente, a causa da deterioração de parte dos bairros de Santa Ifigênia, Santa Cecília e Barra Funda, tradicionais regiões paulistanas.
Influenciado pelos interesses econômicos e políticos inescrupulosos e sem nenhum espírito público, São Paulo se desenvolveu sem nenhum planejamento. Bairros inteiros se constituíram à margem de um planejamento estratégico - e pior - sofreram e sofrem as consequências de loteadores clandestinos que atuam ao arrepio da lei e que contam com a conivência de agentes públicos desonestos.
Mesmo o viário público paulistano, com exceção do plano de avenidas do prefeito Prestes Maia (Radial Leste, 23 de maio, Marginais, Faria lima entre outras), foi impulsionado mais pelas regras do dinamismo econômico do que por uma necessidade estratégica pensando na qualidade de vida dos paulistanos.
Muitas obras públicas foram viabilizadas para satisfazer interesses políticos de curto prazo, mais como vitrine eleitoreira e não para satisfazer um plano urbanístico de longo prazo que combinasse desenvolvimento econômico com beleza arquitetônica, facilidade de locomoção, de moradia, enfim, elevando a qualidade de vida de seus moradores.
O famoso Minhocão está entre estas obras mal planejadas que apenas amenizaram problemas de congestionamentos, porém com conseqüências desastrosas para toda uma região que hoje se encontra completamente deteriorada.
A cidade se encontra diante de um dilema: conviver para sempre com este viaduto que deixa São Paulo feia e degrada parte da sua região central ou demoli-lo?
São Paulo ainda não se preparou para funcionar sem o Minhocão. Eliminá-lo sem um projeto alternativo funcionando é contribuir para tornar ainda mais insuportável o caótico trânsito da cidade.
Afinal qual é projeto alternativo? Este projeto é prioritário hoje? O município suporta financeiramente sua viabilidade? Estas, entre outras, são perguntas que precisam ser respondidas antes de qualquer iniciativa afoita.
Espero, sinceramente, que esta idéia não seja mais uma pirotecnia eleitoreira ou uma desfaçatez do nobre prefeito para elevar sua combalida popularidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O minhocão tem de ser demolido. São Paulo não merece uma obra mal planejada, feia e inútil.
ResponderExcluir