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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Jornalista denuncia má-fé da Folha e armadilha contra Dilma


Jornalista denuncia má-fé do jornal Folha de S.Paulo em matéria que tenta envolver a ministra Dilma Rousseff em um suposto plano para sequestrar Delfim Neto durante a ditadura militar. "Chocou-me a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal – apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário", denuncia Antonio Roberto Espinosa.

Leia abaixo fragmentos da resposta enviada à Folha pelo jornalista:

"Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas";

"Ela (a jornalista) indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas)".

"Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

1)A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma";

Clique aqui e leia a integra da resposta do jornalista publicada no portal Carta Maior.

3 comentários:

  1. So porque a dilma e a candidata do pt para a presidencia, que todos estao agora querendo meter o pau
    Mas os militantes do passado como dilma, ze dirceu e outros, foram as pessoas que sofreram com a ditadura militar, se nao fossem eles, que foram presos, extraditados, mortos, desaparecidos que brigaram pela democracia neste pais, nos estariamos ate hoje numa ditadura militar, a eles devemos dar um parabens, pois tiveram coragem de brigar com um governo de ditadura

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  2. O que me espanta é ver a bancada do PT na Câmara se calar diante de tal denuncia.
    "Ushitaro Kamia vereador do partido do prefeito Kassab do DEMO/SP ganha R$ 9 mil por mês e está construindo uma casa na Zona Norte da cidade que parece mais um palácio, avaliada em R$ 6 milhões. A casa fica em um condomínio de auto luxo na serra da Cantareira. “Uma vergonha é a declaração do vereador, dizer que não sabe quanto custou sua própria casa”. Veja o vídeo da reportagem pela UOL Noticias: "
    Ou o PT assume realmente como partido de oposição, ou pula logo para colo do Kassab.
    Que vergonha Sr. Vereador Líder da Bancada PT/SP
    Alexsandro de Almeida

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  3. Resposta ao leitor Alexandre de Almeida.
    A Bancada do PT não se calou. Tomamos conhecimento da denuncia, no dia de ontem, pela imprensa. Vamos ouvir o vereador aqui na Câmara, dar a ele o direito ao contraditório e a ampla defesa, Princípios basilares do direito brasileiro. Pode estar certo Alexandre, o PT é favorável à apuração rigorosa dos fatos, confirmada conduta ilícita exigiremos punição. Todavia, não sou favorável condená-lo por antecipação só porque a imprensa está dizendo que ele é culpado. Nem toda informação que vem da imprensa corresponde a verdade absoluta. Lembra do caso da escola base no bairro do Cambuci? Os danos causados aqueles proprietário nunca mais serão reparados.
    Quando se trata de denuncia grave como esta, envolvendo uma pessoa humana, seja ela de que partido for, precisamos agir com muita responsabilidade. O Brasil não adotou Tribunais de Exceção nem a condenação sumária sem direito a defesa, estes métodos são utilizados pelos regimes tiranos e não no Estado Democrático de Direito.
    É errado medir o tamanho e a conseqüência da oposição que fazemos analisando este fato. Sugiro a você que lenha o balanço dos 100 dias do governo Kassab que nossa bancada vais apresentar na próxima quarta feira e ai sim, de posse de nossa análise sobre todos os aspectos do Governo DEM/PSDB você fará suas críticas com muito mais elementos, portanto, mais consistentes.
    Como diz o ditado: Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

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