O ditado popular diz que "o hábito do uso do cachimbo entorta a boca". É mais ou menos o que acontece com o PSDB, que está no poder junto com aliados desde o início da década de 1980. Certamente os vícios do poder fizeram o partido não aceitar qualquer avaliação ou crítica. Veja, por exemplo, o teor desta nota da coluna Painel, da Folha de S. Paulo de hoje (6):
"Como assim? O governo paulista estranhou a crítica que o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, fez ao gerenciamento de serviços de saúde por Organizações Sociais. Entidades como Santa Marcelina, Santa Casa de Misericórdia, e Associação Congregação de Santa Catarina administram hospitais e centros de saúde estaduais".
A tal "estranheza" dos tucanos tem a ver com esta entrevista concedida pelo carceal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, à Folha de S. Paulo. Leia o trecho em que ele faz uma crítica pertinente à "privatização disfarçada" (terceirização) da Saúde promovida pelo PSDB em São Paulo:
FOLHA - Anteontem, o Ministério da Saúde divulgou um relatório de avaliação do SUS em que a nota média ficou em 5,4…
DOM ODILO - É, foi muito mal avaliado. Não basta que poucos tenham condições de ter acesso a ótimos hospitais. É uma questão de fraternidade, solidariedade, levantar a questão, reclamar, mostrar a situação real nos grotões do país, nas periferias das grandes cidades. E não é só isso. A saúde pública vive um processo de terceirização, de comercialização.
FOLHA - O sr. se refere às Organizações Sociais em São Paulo?
DOM ODILO - Sim. Na medida em que se terceiriza os serviços de saúde, vira comércio, eles acabam sendo submetidos às leis de mercado. Isso pode comprometer o atendimento dos pacientes. Saúde é um bem público, um direito básico, fundamental. Impostos são recolhidos para esse fim.
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