Em indicação enviada à Assembleia Legislativa de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) solicita a recondução do engenheiro eletricista José Sidnei Colombo Martini ao cargo de membro do Conselho Estadual de Política Energética (CEPE).
Martini foi citado em reportagem de 13 de junho de 2008 do jornal Folha de S. Paulo - que denunciou manobra feita por ele à época para beneficiar a empresa francesa Alstom com dispensa de licitação em contrato de R$ 110 milhões. O ex-diretor da multinacional, após ser nomeado por Geraldo Alckmin para cargo no governo, autorizou a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) a pagar um adicional de R$ 4,82 milhões à Alstom.
Na matéria, o jornal ouviu especialistas em licitações que "estranharam os termos do contrato negociado" pelo ex-diretor da empresa Alstom (leia aqui a matéria da Folha). A estranheza tornou-se ainda maior pelo fato de ter ocorrido pouco tempo depois de Martini deixar a empresa e ser nomeado para o cargo no governo estadual.
RELEMBRANDO A ALSTOM - A multinacional francesa Alstom é velha conhecida das investigações do Ministério Público e de autoridades europeias, que apuram denúncias de gordas propinas pagas a executivos e membros dos governos do PSDB para garantir contratos com o Metrô e outras empresas do governo paulista.
OUTROS BENEFICIADOS - No mesmo pedido em que solicita a manutenção de Martini, Alckmin também quer a recondução aos mesmos cargos no CEPE de figuras carimbadas nos governos tucanos como o "genro" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylberstajn, o professor José Goldemberg e do também professor da USP Sérgio Valdir Bajay.
Ou seja, o uso de órgãos e de empresas públicas para apadrinhamento político. Uma boa dica para a imprensa ir atrás investigar como um governo faz um discurso e tem outra prática!
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