CÓRREGO ARMÊNIO SOARES: DINHEIRO JOGADO FORA
Matéria do jornal O Estado de S. Paulo:
Três anos após despoluição, córregos de SP voltam a arrastar lixo e esgoto
Diego Zanchetta, Rodrigo Burgarelli
"Três anos depois de ser despoluído pelo governo do Estado, o Córrego Carajás voltou a espantar os frequentadores do Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo. Carregado de esgoto e lixo, o curso d"água espalha um forte odor dentro de uma das principais áreas de lazer da cidade, por onde passam cerca de 15 mil pessoas todos os dias. Moradores da região dizem ter desistido de correr na pista de cooper do parque por causa do mau cheiro.
A situação do Carajás também é observada em outros três córregos da capital cuja despoluição já foi concluída pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), na primeira fase do Programa Córrego Limpo. Em 2007, o projeto foi lançado com a meta de limpar cem córregos paulistanos até dezembro de 2010. A etapa inicial terminou em março de 2009, com 28 córregos revitalizados e obras em trechos de outros 14.
Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que um dos principais motivos que levam moradores a refazer as ligações clandestinas de esgoto após obras de saneamento é a má qualidade da rede de coleta instalada no local.
Foi o que aconteceu em outro córrego que consta na lista de totalmente despoluído pelo Córrego Limpo: o Armênio Soares, no Itaim Paulista, zona leste da cidade. Moradores dizem que tiveram de voltar a lançar seu esgoto no córrego porque havia refluxo nos encanamentos feitos pela Sabesp. “O esgoto sempre entupia. E é melhor sujar o rio do que a pia da cozinha”, afirma a catadora Cidália Correa do Nascimento.
A situação é parecida no Córrego Limoeiro, em São Miguel Paulista, na zona leste. Ele também consta na lista dos 14 córregos que tiveram os principais trechos recuperados, mas há lixo no leito e dezenas de canos despejando dejetos “e mau cheiro” por quase toda a extensão. “De que adianta limpar parcialmente se para a gente não muda nada?”, questiona o cabeleireiro José Aparecido Campos.
Para Júlio Cerqueira César Neto, engenheiro ambiental e ex-presidente do Comitê da Bacia do Alto Tietê, o programa tem pouco efeito prático. “O projeto é quase desprezível se for olhado o tamanho da rede hídrica e a quantidade de esgoto de São Paulo. Mas serve para a Sabesp fazer propaganda da ação aos seus acionistas”, avaliou o especialista César Neto".
COMENTÁRIO - Denunciei o Córrego Limpo aqui no blog desde o ano passado. Neste ano, postei vídeo no Youtube mostrando como a Sabesp colabora para poluir córregos na Capital - enquanto alardeia "despoluição" destes em diversos pontos do Estado. Propaganda enganosa que cai, como tantas!
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