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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Símbolos e Lugares de São Paulo (18)


A "praia modernista" em São Paulo. A Semana de 1922 é o tema da segunda parte da pesquisa de Felipe Ramalho Rocha sobre o Teatro Municipal. Confira!

Modernismo no Teatro Municipal

Falo hoje do evento que pode ser considerado o de maior importância histórica e artística na historia do Teatro Municipal de São Paulo. Em 19220 - de 11 a 18 de fevereiro - o Teatro Municipal foi sede do evento modernista que veio a ser conhecido como a Semana de Arte Moderna de 1922.

Durante os sete dias de exposição, foram expostas obras modernistas e nas noites dos dias 13, 15 e 17 aconteceram apresentações de música, poesia e palestras sobre a modernidade no país e no mundo. Que deixaram indignados alguns escritores e artistas de renome.

A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, antes só com cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas, telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.

A "Semana" contou com nomes já consagrados e outros futuros grandes expoentes do modernismo brasileiro, entre eles: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti Del Picchia (que formavam o Grupo dos Cinco), além de Víctor Brecheret, Heitor Villa-Lobos e Di Cavalcanti.

A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época.

A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café-com-leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionalistas.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.

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