Páginas

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Um pouco de Zé Barbeiro

Nos anos 90, o Zé Barbeiro já era um dos melhores sete cordas do país, provavelmente o melhor de São Paulo. Quem pensava que se conformaria com isso, enganou-se. Depois de dominar como ninguém os contrapontos dos bordões, não parou. Enveredou por outras linhas. Aprimorou a harmonia, avançou sobre outras escolas. E tornou-se um estudioso da música instrumental brasileira, pesquisando os Índios Tabajaras e outros gênios mais ou menos conhecidos.

Não ficou sozinho nessa empreitada. Nos anos 90, houve uma notável coincidência de sete cordas que, com o conhecimento apurado das técnicas contrapontísticas do instrumento, tornaram-se harmonizadores e arranjadores de peso. O nível de seu acompanhamento para cantoras, em músicas lentas, está à altura dos maiores. Pouco fica a dever ao maior dos violões de acompanhamento da história, Raphael Rabello

Zé seguiu por esse caminho, mas também não parou. Enveredou pela composição, seguindo a trilha evolutiva que, desde os anos 50, passou por Esmeraldino, Laércio de Freitas, Hermeto. À harmonia moderna e à melodia imprevisível, adicionou o balanço que sempre o caracterizou.

Hoje se tem isso: um dos maiores sete cordas do país, um dos melhores harmonizadores do violão brasileiro e um dos melhores compositores da linha evolutiva do choro.

Sem contar o fato que me é particularmente sensível, do Zé Barbeiro não rejeitar um convite para sarau. (texto de Luis Nassif)


ZÉ BARBEIRO Alagoano, o violonista está lançando o disco "Segura Bucha", no qual incluiu composições autorais calcadas no samba e no choro. Nesta sexta no Sesc Pompeia - teatro - r. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 344 lugares. 21h. 90 min. Não recomendado para menores de 12 anos. Ingr.: R$ 3 a R$ 12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário