ELEIÇÕES 2012 - ANÁLISE POLÍTICA
Por João Antonio
Sem dúvida, a anunciada coligação PT-PP é polêmica. Tomar posição sobre este assunto é tarefa para aqueles que vivem o dia a dia da política.
De fato, a distância ideológica e programática entre PT e PP é grande.
O PT se constituiu historicamente como uma alternativa ao formato partidário dominante no Brasil e tem como centro de sua ação à frente do Estado a defesa do ser humano. Se por um lado nascemos de uma autocrítica aos regimes de partido único e economia planificada – o chamado “socialismo real” -, por outro fomos forjados para expressar os anseios das camadas populares e médias da sociedade que se sentiam excluídas do processo político-partidário tradicional.
O PP, ao contrário expressa uma corrente de pensamento cujo centro da preocupação política é o patrimônio e a livre iniciativa como sinônimo de lucro. Ideologicamente, é isso que movimenta as transformações sociais, segundo este agrupamento político, o que leva o ser humano a ser visto apenas como um objeto a serviço do lucro.
Infelizmente, as opções políticas do eleitorado não acontecem, em geral, por meio do debate ideológico, e nem as regras eleitorais no Brasil privilegiam o debate programático e ideológico. Pelo contrário: impera um pragmatismo como forma de viabilizar as candidaturas e seus programas eleitoralmente, coisa que será resolvida somente com uma profunda reforma política no país.
Quem diria que o tempo de tevê pudesse determinar as alianças eleitorais na democracia? Pois bem, pelas regras do jogo atual este é um elemento determinante, já que o convencimento dos eleitores passa – em boa medida – pela exposição das candidaturas neste que é um dos mais importantes meios de comunicação de massa em tempos de eleição.
A opção do PT por esta coligação não envolve concessões ideológicas ou programáticas, mas sim uma necessidade objetiva de tornar o nosso candidato mais conhecido pelo povo. Sabemos muito bem separar o principal do secundário.
A cidade de São Paulo está parada e carente de soluções imediatas e estratégicas. Na saúde, muito pouco foi feito nos últimos dois governos. Na educação, em quase nada evoluímos. O caos instalou-se no transporte público, no trânsito e na segurança pública, saltando aos olhos de todos os problemas que afligem a população. Portanto, a escolha de um candidato deve se dar em torno do melhor projeto para enfrentar de forma eficaz estes e outros problemas.
A candidatura de Fernando Haddad corresponde a um projeto focado na qualidade de vida para todos os paulistanos. E aqueles que questionam a aliança ora em discussão não escreveram até hoje uma linha sequer mostrando que teria havido concessões por parte do PT no campo programático ou ideológico ou algo que alterasse qualquer aspecto da plataforma representada por Haddad.
O ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma buscará resolver com inovação os graves problemas estruturais e imediatos da cidade, caso venha a ser escolhido pela população. Isto é o principal. O resto é secundário.
São Paulo precisa de um prefeito qualificado, que veja o futuro da cidade do ponto de vista dos seus cidadãos e cidadãs, e não pela lente dos interesses econômicos e particulares que permeiam as relações de poder.
Estou seguro de que Haddad representa as expectativas positivas dos paulistanos.
João Antonio é advogado, mestrando em Filosofia do Direito pela PUC/SP e Deputado Estadual (PT-SP)
A opção do PT por esta coligação não envolve concessões ideológicas ou programáticas, mas sim uma necessidade objetiva de tornar o nosso candidato mais conhecido pelo povo. Sabemos muito bem separar o principal do secundário.
ResponderExcluirSerá? Em política nada é de graça! Você sabe bem disso, João. O povo com certeza irá acompanhar essa aliança e ver o que acontece.