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sábado, 7 de julho de 2007

Quando a Prefeitura fala tucanês

A propósito do aumento dos gastos do governo municipal com propaganda - em 2007 a previsão é de um valor superior a R$ 50 mihões -, o Jornal da Tarde de hoje (7) publiica uma fantástica aula de tucanês. Ao questionar a Prefeitura de São Paulo sobre o crescimento desses gastos, o JT ouviu a seguinte pérola da assessoria, em linguagem tucana:

"Negou o aumento dos gasto em publicidade entre 2006 e 2007, falando em “regularização no fluxo de dispêndios”.

Leia aqui a matéria completa do JT.

Ou seja, "gastar mais dinheiro do contribuinte com propaganda" é, em tucanês, "regularização no fluxo de dispêndios".

Impressionante a cara de pau dessa gente!

Grupo Tejofran-tucanos: uma charada fácil

A Folha de S. Paulo deste sábado (7) traz elementos que acrescentam dados substanciais ao processo de ligação entre tucanos e os diversos escândalos na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Todavia, a matéria da Folha não pode ser considerada uma novidade - pelo menos no tocante ao relacionamento que os ocupantes tucanos do Palácio dos Bandeirantes e sua base de apoio político mantiveram nesses anos todos com fornecedores e/ou prestadores de serviços a órgãos públicos estaduais. É uma charada fácil de matar.

Veja alguns trechos do que diz a Folha de hoje:

Consórcio citado em fraudes da CDHU doou para tucanos

LBR/Tejofran, cujo dono é da Fundação Covas, deu R$ 244 mil a campanhas do PSDB

Promotoria de Pirapozinho fez denúncia de supostas fraudes em construção de moradias populares; dois funcionários foram presos

"As empresas Tejofran e LBR, que montaram consórcio citado pelo Ministério Público de São Paulo nas investigações sobre supostas fraudes na construção de casas populares do governo de São Paulo, doaram R$ 243,6 mil para candidatos do PSDB ao governo e à Assembléia Legislativa nas três últimas três eleições".

"A Tejofran, por meio de consórcio "Telar/Augusto Velloso/Tejofran", doou R$ 20 mil para o candidato a deputado estadual eleito João Caramez (PSDB), R$ 10 mil para o candidato Antonio Ramalho (PDT) e R$ 2 mil para Barros Munhoz (PSDB), líder do governo na Assembléia Legislativa.

A LBR Engenharia, parceira da Tejofran, doou R$ 189,6 mil para dois candidatos a deputado pelo PSDB (Mauro Bragato e Roberto Engler), R$ 12,6 mil para a campanha de Alckmin em 2002 e R$ 1 mil para o candidatos Geraldo Vinholi (PDT)".

"O dono da Tejofran, Antonio Dias Felipe, é membro do conselho consultivo da Fundação Mário Covas. Foi amigo de Covas, morto em 2001, e padrinho de casamento do filho do ex-governador, o advogado Mario Covas Neto, o Zuzinha -que também é o presidente do conselho da fundação".

ACRESCENTANDO - Faltou a Folha acrescentar que o Grupo Tejofran detém inúmeros contratos com o governo do Estado de São Paulo, sendo a CDHU apenas um dos "clientes tucanos" que a empresa mantém. De modo direto, o grupo está presente no Metrô, na CPTM, na Sabesp, na Dersa. De modo indireto, as privatizações tucanas dos últimos 13 anos também beneficiaram a Tejofran, que abocanhou o mercado das concessões e está em praças de pedágios das concessionárias, além de prestar serviços à Eletropaulo, à Telefônica, à Comgás e à Bandeirante de Energia - todas entregues à iniciativa privada por mãos tucanas, em meados dos anos de 1990. Não se pode esquecer também da presença da Tejofran em diversas prefeituras administradas pelos tucanos no Estado de São Paulo.

O fato de deter contratos com empresas estatais não quer dizer que o referido grupo está cometendo crime, mas as investigações que o envolvem no escândalo da CDHU são um sinal de como o crescimento da participação deste nos sucessivos governos é um indício de que os tucanos podem tê-lo beneficiado. A ser comprovada a antiga suspeita do envolvimento do filho do ex-governador Mário Covas no esquema citado no jornal (a fundação com nome do falecido governador, dirigida por um executivo da Tejofran), pode-se configurar, no mínimo, uma relação confusa entre os interesses do Estado e os da empresa detentora de contratos e ora sob investigação.

Quanto às doações de campanha feitas em grande medida para nomes conhecidos do tucanato, isso apenas reforça o modo como os interesses privados se misturaram a interesses do Estado e dos tucanos - há mais de doze anos no poder estadual. E nada mais resta a não ser uma investigação profunda para que se esclareça de vez algo que se sabia há muito tempo, mas não se comprovava porque os próprios tucanos e associados impediram qualquer meio disso vir à tona.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Tragédia do Metrô debaixo do tapete tucano

O grave acidente nas obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo vai completar seis meses no dia 12 próximo. Como toda a imprensa, este blog acompanhou apreensivo o desenrolar dos acontecimentos, tecendo avaliações e críticas ao modelo privatista tucano que está entre as razões que favoreceram a ocorrência daquela tragédia na qual morreram sete pessoas. As críticas se concentraram no contrato "turn key" (também chamado de chave na mão ou 'porteira fechada'), na ausência de fiscalização do governo do Estado e na inexistência de medidas preventivas que poderiam ter evitado o desastre na futura estação Pinheiros.

Respondendo às críticas da imprensa e da opinião pública, o governador tucano José Serra anunciou, à época, a contratação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) como "órgão idôneo e competente" (que de fato é) para acompanhar o processo e produzir o laudo com as causas do acidente. Pois bem: passados quase seis meses o fato é que o IPT sequer entrou na cratera até hoje e não tem condições de levantar as causas do acidente. O governo não tem interesse em mexer nesse assunto, sonega informações à população paulista e às famílias dos mortos.

Repete-se a regra tucana de jogar tudo para debaixo do tapete, como ao longo desses quase 13 anos de governo no Estado. Serra age pior ainda, pois poderia alegar que a obra não foi iniciada por ele - e foge das responsabilidades. É claro o jogo do governo para 'atravancar' as investigações, demonstrado cabalmente ao impedir a instalação da CPI do Buraco, protocolada pelo PT na Assembléia Legislativa.

A pergunta é, como disse o Lobão na sua música: "Quem é que vai pagar por isso, quem é que vai pagar por isso?"

Muita publicidade para pouco resultado

O prefeito Gilberto Kassab gastou neste ano até o mês de junho R$ 14 milhões em propaganda.

Tenho a impressão de que a tendência do executivo municipal é só aumentar o gasto com publicidade. Pelos seguintes motivos: o governo é ruim, o prefeito é desconhecido e as eleições estão se aproximando.

Haja marketing para justificar tanta inoperância!

Aí tem!

Do Jornal da Tarde

Bragato: doação 511% maior que bens

”Tucano investiu R$ 40 mil na própria campanha em 2006, mas declarou ter R$ 6,5 mil em posses. Ele fala em 'empréstimo de amigo.”

”Suspeito de receber propina da máfia da CDHU, o líder do PSDB na Assembléia, Mauro Bragato, doou à própria campanha em 2006 quantia 511% maior do que todo patrimônio declarado por ele à Justiça Eleitoral. O tucano fez uma doação de R$ 40 mil, mas declarou que suas posses somavam apenas R$ 6.540.” Leia mais.

Comentário: Valorizo imensamente os principios do contraditório e da presunção da inocência. Aliás, costumo dizer que estes princípios são dois pilares fundamentais no estado democrático de direito. É claro que o líder tucano tem todo direito de se defender e que só pode ser considerado culpado depois do trânsito em julgado de uma provável ação judicial. Porém, a cada dia que passa ele está mais enrolado e com muitas dificuldades para justificar seus atos, pelo menos no que se refere a sua última campanha eleitoral e na sua passagem como presidente da CDHU.

Vamos aguardar!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O meu passe e o gol do Donato

Fugirei da linha do blog para postar um vídeo do You Tube que é um registro histórico de uma paixão que tenho há anos - o futebol. O meu colega e vereador petista Antônio Donato me enviou as imagens do momento em que dei o passe para ele marcar o gol da vitória (3 a 2) da equipe dos vereadores sobre os deputados estaduais, em jogo realizado no Parque Antártica no dia 2 de abril deste ano. As imagens são da TV Câmara São Paulo.

Clique na imagem abaixo, veja o vídeo postado no You Tube e deixe comentários.

JT fala sobre "o apagão nosso de cada dia"

O Jornal da Tarde saiu na frente ao ser o primeiro veículo de comunicação a tocar num assunto que parecia "proibido" na imprensa de São Paulo: o "apagão" no trânsito da Capital. Óbvio que a motivação para a matéria Apagão no trânsito foi um megacongestionamento registrado na cidade ontem (4), mas valeu pelo título.

Enquanto os problemas de atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos dominam a pauta da imprensa nos últimos tempos - alimentando a combalidade "CPI do Apagão Aéreo" na Câmara dos Deputados -, o fato é que o caos vivido diariamente pelos paulistanos nunca havia sido tão bem ilustrado como o foi pelo JT.

São usuários dos transportes coletivos transportados como mercadoria, seja em ônibus, trens ou metrô. E os motoristas presos em congestionamentos que surgem por qualquer motivo na cidade. E toma a imprensa, de um modo geral, a falar somente dos aeroportos, a ponto de alguém sonhar que os brasileiros vivem dentro de um avião.

Embora os problemas no setor aéreo sejam danosos à vida das pessoas e à economia do país - e necessitem de soluções urgentes do governo e das empresas do setor -, não se pode esquecer que o avião é um meio de transporte de uma minoria (em crescimento, ano a ano, é verdade!) se comparada aos usuários dos transportes terrestres nas grandes cidades como São Paulo.

No caso de São Paulo, quase todo mundo parado no trânsito e a imprensa falando somente do "caos aéreo". Parabéns ao JT que colocou seus repórteres nas ruas (todos, pelo jeito, ficaram presos em algum congestionamento ontem!) e trouxe o assunto à pauta. É um serviço prestado pelo jornal à informação plural.