sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Sobra dinheiro e falta ação contra enchentes em SP
Do Jornal da Tarde
Por Felipe Frazão e Rodrigo Burgarelli
"A Prefeitura de São Paulo economizou a verba destinada ao combate de enchentes nos nove primeiros meses deste ano. Ontem, durante vistoria às obras de reconstrução das galeria de águas pluviais da Água Branca, na zona oeste, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou que as demais intervenções previstas no Orçamento deste ano ficarão para 2012.
Apesar disso, garantiu que a cidade está “bem preparada” para enfrentar as chuvas do verão.
“O importante é que o recurso está reservado. Agora, é uma questão de definir projeto, de fazer a licitação e depois de realizar a obra. Temos a expectativa de que, em dois anos, tenhamos tudo solucionado em relação a todas as intervenções”, disse.
Mas, segundo dados da execução orçamentária atual, a reserva de recursos mencionada por Kassab alcança apenas 22% do total previsto para o combate às enchentes na capital. E, dessa verba, só 8,3% foi gasto efetivamente, ou R$ 57,1 milhões de um total de R$ 683 milhões.
Os serviços mais prejudicados pelo baixo índice de investimentos estão relacionados à drenagem das águas das chuvas e à limpeza mecânica de córregos. Até áreas que comumente alagam, como a Bacia do Anhangabaú, no centro, não foram contempladas com obras neste ano.
Nem as obras da galeria da Rua Germaine Burchard, na Água Branca, zona oeste, ficarão prontas até o próximo verão, a tempo de evitar alagamentos em toda a região da Lapa". Leia mais
Comentário: Cuidar do dinheiro público para que seja aplicado em função do bem comum é um dever de todos que conduzem a coisa pública. A finalidade primeira do Estado é promover a desenvolvimento integral da pessoa humana, e não é possível um resultado exitoso nesta direção sem uma gestão eficiente dos recursos provindos do povo.
Porém, nem sempre guardar dinheiro é sinônimo de gestão eficiente, pois dinheiro público não é para ser aplicado no mercado financeiro e sim para ser investido em ações que vão ao encontro dos interesses do povo. No caso em tela, o que está ocorrendo é uma aberração, ou melhor, um descaso com a cidade e beira a irresponsabilidade.
Deixar o dinheiro aplicado no mercado financeiro em detrimento de ação eficiente de combate as enchentes na cidade de São Paulo está mais para inoperância do que para zelo com a coisa pública. Mais triste ainda é ouvir do alcaide a frase: “A cidade está preparada para enfrentar as enchentes”. Alguém acredita nisso? A temporada de chuvas está chegando: quem viver, verá!
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