Páginas

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Maior congestionamento nas ruas de SP

Do jornal O Estado de São Paulo hoje (29)

"Apesar de uma série de medidas e obras para ampliar a fluidez na capital paulista - incluindo a restrição aos caminhões, que completa amanhã um ano -, os motoristas perdem cada vez mais tempo no trânsito em São Paulo. As medidas para impedir a circulação de caminhões no centro expandido reduziram os índices de congestionamento, mas não foram suficientes para aumentar a velocidade desenvolvida pelos veículos nas ruas da capital.

Dados obtidos pelo Estado mostram que, entre maio do ano passado (um mês antes do início da medida) e maio deste ano, a velocidade média nos horários de pico apresentou queda. Pela manhã, esse índice passou de 30 km/h para 25 km/h (-16,6%). E no horário de pico da tarde, de 17 km/h para 15 km/h (-11,7%). Uma carroça puxada por dois cavalos consegue um desempenho de 28 km/h. Isso sem contar que, no dia 10 de junho, véspera de um feriado prolongado, a capital registrou o maior congestionamento da história, com 293 km de extensão. Os dados de "Resumo Mensal" da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) abrangem os índices até o mês passado.

No rush da tarde, com a velocidade média registrada atualmente, um carro leva quase cinco vezes mais tempo para percorrer os 24,5 km da Marginal do Tietê do que se estivesse desenvolvendo a velocidade limite permitida na pista expressa. Com o desempenho atual, esse percurso leva 1h30, quando poderia ser completado em 20 minutos, caso o trânsito estivesse fluindo normalmente no limite de 90km/h.

NA RUA, 3 VUCs PARA CADA CAMINHÃO

A restrição de caminhões teve impacto direto no aumento da frota de utilitários da capital. Entre maio de 2008 e maio deste ano, o número de veículos de carga de menor porte cresceu quase cinco vezes mais que o de caminhões. A frota de utilitários da capital passou de 561,9 mil para 624,4 mil, uma alta de 11% (no Estado, a alta foi de 9%). Enquanto o número de caminhões nas ruas subiu 2,99% (no Estado, foram 4,9%), chegando a 166,6 mil veículos no mês passado.

Esse fenômeno é apontado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo como o "furo" da medida municipal. O setor defende que, ao restringir os caminhões, a Prefeitura aumentou a quantidade de veículos a ocupar espaço nas ruas e, assim, contribuiu com os congestionamentos. "A Secretaria de Transportes está obtendo justamente o efeito contrário", afirmou o presidente da entidade, Francisco Pelucio. O setor reivindica que a Prefeitura libere a circulação irrestrita dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), caminhões com capacidade de 4 toneladas. Hoje, eles precisam respeitar um rodízio de dias pares e ímpares. A partir de novembro, devem ser totalmente proibidos das 5 às 21 horas. "Sem eles, vai ficar inviável manter o abastecimento no centro expandido." Leia mais

Comentário: Que as medidas eram paliativas todos sabiam. O que não dava para prever era que elas se voltariam contra os paulistanos aumentando ainda mais o congestionamento. O oportunismo eleitoreiro na época fez o prefeito adotar, sem maiores estudos, tais medidas. Lembro-me que o sindicato que representa os transportadores anunciou na época que as medidas restritivas os obrigariam a uma necessária adaptação e estas acarretariam aumento de carros nas ruas. Não deu outra: o congestionamento aliviou por um período, vieram os VUCs comprados pelos empresários e o congestionamento aumentou.

Está provado: é difícil conciliar planejamento administrativo com interesses eleitoreiros!

Nenhum comentário:

Postar um comentário