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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ônibus mais caros!

Do Jornal da Tarde, hoje:

Nova tarifa de ônibus começa a valer na capital

"A partir de hoje, a passagem de ônibus passa a ser de R$ 2,70, valor 17,4% maior do que a tarifa anterior, de R$ 2,30. Desde 2006, o preço não tinha reajuste, uma promessa feita pelo prefeito Gilberto Kassab em sua campanha eleitoral em 2008. Segundo a Prefeitura de São Paulo, o novo valor “corresponde apenas a defasagem provocada pela inflação desde novembro de 2006”. Leia mais.

COMENTÁRIO - O detalhe é que, só em 2009, a prefeitura repassou mais de R$ 800 milhões às empresas de ônibus com as chamadas "compensações tarifárias" ou "subsídios". Este ano a conta continuará salgada, além do que o preço da passagem é alto e não trouxe qualidade alguma ao transporte público municipal.

domingo, 3 de janeiro de 2010

SP: os motivos dos constantes alagamentos


Paulo Liebert -AE

Deu no Jornal da Tarde de hoje: “Dois micro-ônibus ficaram ilhados nas zonas leste e norte. Na Avenida Ordem e Progresso, no Limão, o Corpo de Bombeiros foi acionado e resgatou com um bote 14 pessoas, entre elas 2 crianças. Na Avenida Itaquera, na zona leste, dez pessoas foram resgatadas. Não houve feridos.

O Jardim Romano, na zona leste, voltou a ter problemas ontem. O nível da água que já estava acumulada voltou a subir à tarde.

Motoristas ficaram ilhados em carros na Alameda Nothmann, junto à Alameda Barão de Campinas, região central, e na Avenida Pompeia, na zona oeste, que chegou a ficar interditada no sentido Vila Madalena após a queda de uma árvore. Na zona norte, um Gol branco rodava pela avenida com quatro ocupantes, quando o Corpo de Bombeiros chegou e conseguiu resgatá-los.


São cada vez mais constantes os alagamentos na cidade de São Paulo. Moradores de regiões estruturadas da cidade, que nunca antes havia sido alagadas, hoje sofrem com constantes alagamentos, e em diversas regiões que foram ocupadas irregularmente em fundos de vales são constantes os transtornos causados pelas enchentes. Todos os anos ouvimos as mesmas cantilenas: moradores desesperados, perdas de entes queridos, prejuízos materiais, avenidas intransitáveis, congestionamentos recordes e irreparáveis prejuízos à economia da cidade.

Para os titulares do poder público o argumento também é o mesmo: a culpa é sempre da natureza, ou seja, choveu mais que o esperado. De fato, as imprevisões da natureza podem ser usadas como argumento em algumas circunstâncias, mas não podem ser a justificativa principal do caos que a cidade vem sofrendo a cada período de chuvas. As causas são mais complexas e o Estado, em última instância, é o principal responsável pelos constantes transtornos vivido pela cidade. Vejamos:

1- A cidade cresceu sob a égide do mercado imobiliário. Glebas inteiras foram objeto de loteamentos clandestinos, pior, com a conivência de agentes públicos, cuja forma de ocupação desordenada impôs ao poder público intervenções paliativas nestas regiões com o intuito de amenizar os problemas estruturais. Sem contar que, muitas vezes, agentes políticos, com mandatos eletivos, para satisfazer base eleitoral, fizeram e fazem intervenções urbanísticas em total desrespeito ao ordenamento jurídico da cidade.

2- Foi o poder público o responsável pela a ocupação desordenada das regiões de mananciais ou aquelas de fundo de vale. Em primeiro lugar com uma visão equivocada de ocupar as margens dos rios e córregos com avenidas e ruas, deixando o solo da cidade ainda mais impermeável e destruindo a necessária vegetação. Em segundo lugar, por falta de fiscalização, deixou as áreas de mananciais à mercê dos loteadores clandestinos. A população - seja por desconhecimento da legislação ou por desespero - na justa busca por moradia, aliás, um direito constitucional, aceitou as regras dos que agiam e agem à margem da ordem jurídica estabelecida, comprou seus lotes irregulares, construiu suas casas, consolidando populosos bairros, tornando irreversíveis tais ocupações com prejuízo incomensuráveis para o planejamento urbanístico da cidade.

3- Durante anos a cidade não teve um Plano Diretor, com regras claras, precisas que ordenasse, estrategicamente, o crescimento da cidade. E mesmo aquele que vigorou na cidade de São Paulo, gestado no governo Prestes Maia, versou basicamente sobre o viário público e com repercussão apenas no chamado centro expandido. Desde aquela época até 2004 os Planos Diretores foram meras formalidades sem nenhuma incidência real na vida da cidade. O Plano Diretor Estratégico, aprovado em 2004 que inovou em relação aos demais com uma nova visão de ocupação do espaço urbano, com medidas concretas de maior permeabilidade do solo da cidade, sejam com previsão de maior espaço permeável do solo nas novas construções, ocupação dos fundos de vale com Parques Lineares e construção de novos parques como medida para aumentar áreas permeáveis, consequentemente ampliando o verde na cidade, estão sendo implementados pela atual administração de forma tímida – muita propaganda, pouco resultado.

4- A falta de manutenção dos serviços de limpeza na cidade também contribui para o aumento dos pontos de alagamentos. As subprefeituras, enfraquecidas, cada vez com menos recursos, não conseguem manter os serviços de limpeza e conservação da cidade. A consequência são os bueiros obstruídos por lixo, córregos assoreados e mais enchentes na cidade.

5- Por fim, não podemos esquecer a responsabilidade do governo do estado e dos municípios vizinhos na solução dos problemas das enchentes na cidade. Quase todas as principais bacias que cortam a cidade vêm de outros municípios. Portanto, é preciso projetar soluções integradas, sem as quais, qualquer medida é imperfeita e de solução mediana.

Como vimos, os problemas que geram as enchentes em nossa cidade, além de complexos, perpassam por sucessivas gerações. Podemos concluir que as causas das enchentes na cidade de São Paulo são decorrentes de duas grandes deficiências: ocupação desordenada das cidades da região metropolitana por conta da omissão do poder público e do imediatismo político daqueles que governam o estado e a cidade de São Paulo. Talvez se o calendário eleitoral fosse alterado para o período das chuvas, as soluções estratégicas para solucionar este problema viessem com maior rapidez.

Lembre-se: os tucanos governam o estado de São Paulo há 16 anos e no caso da cidade de São Paulo, a aliança PSDB/DEM já vai para o sexto ano de governo. Pouco se sabe das soluções de curto, médio e longo prazo para as enchentes em nossa cidade.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Isso é uma Vergonha!!

Quem diria que uma pessoa que imaginamos conceituada fosse capaz de uma baixaria tão preconceituosa! É por isso que o artigo do Gilson Caroni que publiquei abaixo merece todo o meu apreço.


Contorcionismo para servir a direita

Recomendo a leitura do artigo abaixo - “A direita e o suplício do Papai Noel” de Gilson Caroni Filho publicado esta semana no portal Carta Maior. De fato, como bem escreve Caroni, enquanto o presidente Lula é homenageado por conceituados jornais de países do velho mundo, no Brasil, para atender orientações das editorias, alguns jornalistas fazem contorcionismos em seus textos tentando minimizar a repercussão política dos títulos recebidos pelo o nosso presidente lá fora. Como disse o autor: este tipo de postura é servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira.

A DIREITA E O SUPLICIO DE PAPAI NOEL
Gilsom Caroni Filho



O ano se encerrou com interessantes contrapontos. As várias distinções honoríficas, prestadas ao presidente brasileiro pela imprensa internacional, fizeram desmoronar, como castelos de areia, a enxurrada de ritos sumários com que, a cada edição diária, a mídia nativa tentou desconstruir as realizações do governo petista e o capital simbólico acumulado pelo campo democrático-popular. O título de “Homem do Ano em 2009", concedido a Lula pelo Le Monde, o mais conceituado jornal da terra de Lévi-Strauss, representou " o suplício de Papai Noel" (*) para um jornalismo que se esmerou, com textos de contornos cada vez mais nítidos, em servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira

Mas não nos iludamos. Entre a ingenuidade de alguns e a esperteza de outros, a orientação geral é descarregar cargas de fait divers sobre as premiações, ocultando seu real significado. Não se está enaltecendo a habilidade política de um homem, seu carisma ou simpatia. O que está sendo reconhecido é algo de magnitude bem mais ampla: a pedagogia de fatos que, por sua evidência, ensinou à Nação que só passando a limpo suas instituições econômicas, políticas e culturais não corremos o risco de perder a nossa hora e a nossa vez.

O que está sendo objeto de elogios é um governo que não está perdendo a oportunidade de fazer as mudanças sociais há muito reclamadas. Contrariando as transições por alto que tanto marcaram a nossa história, Lula personifica a ruptura com acumulação de farsas que chega, hoje, ao seu ponto de ruptura definitiva. O que conquistamos não foi o aplauso fácil de um país que se verga a antigas estruturas coloniais, mas o respeito de quem assume o papel de sujeito da própria história.

A opção pelo aprofundamento da democracia, pelo crescimento com distribuição de renda, pela economia baseada no consumo interno e na redução de renda per capita é o que marca a mudança de rumo desde as eleições de 2002. Some-se a isso a afirmação de uma política externa independente, com práticas assertivas na afirmação de alguns princípios de relações internacionais, apontando para a busca de uma ativa coordenação soberana com atores relevantes da cenário mundial, e veremos que as diferenças conceituais com o antigo bloco de poder neoliberal são expressivas demais para não contrariar interesses arraigados na subalternidade, na soberania rarefeita.

Encerrado um ano exitoso, o que cabe às lideranças partidárias e à militância? Não confundindo realidade com desejo, buscar uma política de alianças que assegure maioria para a vitória de Dilma Rousseff nas próximas eleições. Dessa vez, há partidos políticos e quadros suficientemente qualificados para manter um projeto que se distingue pela coerência e nitidez de sua vocação transformadora. Mas não será um embate fácil. A direita dispõe de considerável capilaridade e do apoio logístico da mídia corporativa.

Diante deste quadro, as esperanças não repousam apenas em arranjos regionais. Para além das máquinas partidárias- e de elaborações teórico-metodológicas que precisam ser desenvolvidas- a capacidade de mobilizar a juventude, fazer com que ela se alie ao mundo do trabalho e a todos os setores até então oprimidos é fundamental. Estão nas forças sadias, detentoras de mecanismos precisos de clivagem, as chances que temos de evitar a perda de uma oportunidade única que a história está oferecendo. É preciso dar continuidade ao “suplício do Papai Noel". Mantê-lo no lado direito do espectro político. Que o povo brasileiro tenha um Feliz 2010!

* “O Suplício do Papai Noel” é um brilhante ensaio antropológico de Claude Lévi-Strauss, publicado no Brasil pela Editora Cosac Naify

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Cresce otimismo do brasileiro com economia

Do jornal Folha de São Paulo

Pesquisa Datafolha mostra confiança maior tanto em relação à situação do país quanto à capacidade pessoal de consumo

Dos entrevistados, 57% afirmam acreditar que a sua condição econômica irá melhorar; no mês de março, percentual estava em 50%

Os brasileiros estão confiantes em que vão melhorar de vida em 2010, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha. De acordo com o instituto de pesquisas, 57% dos brasileiros afirmam que, nos próximos meses, a própria condição econômica será mais positiva. Na pesquisa anterior, que foi feita em março, o percentual era de 50%.

Em relação ao futuro da situação econômica do país, 42% dos brasileiros afirmam que ela vai melhorar, ante 31% no levantamento anterior.

A percepção sobre o poder de compra dos salários também é favorável. Segundo o Datafolha, 34% dos entrevistados afirmaram que o rendimento dará mais capacidade de consumo aos trabalhadores. O percentual era de 25% em março.

O otimismo dos brasileiros se reflete também nas perspectivas para o emprego e para a inflação.

Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, afirma que a percepção da população sobre a economia voltou aos patamares registrados antes da recessão que atingiu o mundo. "Passada a crise, os brasileiros voltam a confiar no país."

Um pouco de Celso Adolfo


Mineiro de São Domingos do Prata, Celso Adolfo lança o seu primeiro disco, Coração Brasileiro, em 1983, com a participação e direção de Milton Nascimento. Gravando Coração Brasileiro no seu disco Anima, Milton trouxe para o conhecimento do grande público o nome do compositor Celso Adolfo. Ainda em 1983 Elba Ramalho fez do mesmo Coração Brasileiro um disco e um espetáculo de enorme repercussão e, no ano seguinte, ela gravou Azedo e Mascavo, também de Celso Adolfo, num arranjo de César Camargo Mariano, produzido por Mazolla no Rio.

Fez os seus primeiros estudos de música com o Prof. Tacinho, na sua terra natal. Mudou-se para Belo Horizonte em 1969 para prosseguir nos estudos secundários. Fez o curso de Estradas na Escola Técnica Fed. de Minas Gerais, onde foi corista e presidente do Coral ETFMG sob a regência do maestro Roberto de Castro.

Nós Dois - Celso Adolfo

"Queremos Uruguai cheio de engenheiros, filósofos e artistas"



Da agência Carta Maior

O presidente eleito do Uruguai, José "Pepe" Mujica, reuniu-se com um grupo de intelectuais em dezembro de 2009 e fez alguns pedidos a eles: que contagiem todo o povo uruguaio com o olhar curioso sobre o mundo, que está no DNA do trabalho intelectual, e com o inconformismo.

Mujica propõe também uma revolução na educação. "Escolas de tempo completo, faculdades no interior, ensino superior massificado. E, provavelmente, inglês desde o pré-escolar no ensino público. Porque o inglês não é idioma falado pelos ianques; é o idioma com o qual os chineses conversam com o mundo. Não podemos ficar de fora". Leia mais.